Thursday, July 31, 2014

The Strokes "Is This It"

Este álbum atinge hoje a idade gloriosa da pre-adolescencia. 13 anos ja la vao. 

"In many ways, they'll miss the good old days
Someday, someday"


Saturday, November 9, 2013

Arcade Fire "Reflektor"

Confesso que nunca fui grande apoiante dos Arcade Fire. Não sei bem porque, mas nunca me suscitaram tanta admiração ou sequer o mínimo de interesse. Pareciam-me mais uma daquelas bandas que estavam na berra, que o pessoal do teu círculo de amigos com gostos musicais alternativos ouviam na altura e te espetavam com as músicas mais populares, seja do álbum de estreia "Funeral", passando ainda por "Neon Bible" e, sem dúvida que, tal como eu, ainda levaram com o "The Suburbs" até se fartarem.
O facto de serem imensos membros confundia-me, as fatiotas, no limiar do vintage e do bom gosto, assustavam-me e, instrumentos como o acordeão, a harpa, o xilofone, o mandolin ou, um instrumento de que só agora tomei conhecimento, o hurdy gurdy, faziam parte de todo este cenário ambulante. Tudo me parecia como que uma grande peça de teatro, a ponto de se parecerem como um daquelas bandas filarmónicas que tocam nos bailaricos da terra natal. Nada mesmo me impelia a ir de encontro a eles.
Vi-os, aliás, ao vivo uma única vez, aquando do Super Bock Super Rock 2011, no Meco. No entanto, de pouco me lembro desse concerto, sem ser que o som estava péssimo para quem estava cá atrás do recinto e que muitos dos seus fãs teriam o dobro da minha tenra idade na altura.
Hoje em dia, mais do que nunca, arrependo-me deste meu pouco entusiasmo e falta de interesse. O novo álbum dos Arcade Fire, o "Reflektor", acabado de sair, despertou em mim uma forte admiração por todo o trabalho musical deste grupo, como nunca antes nenhum o tinha feito, fazendo os críticos musicais delirarem e lançando o álbum direitinho para o primeiro lugar das tabelas. O álbum em si, está espectacular, sendo o single homónimo uma excelente escolha de o apresentar ao mundo. Para este álbum os Arcade Fire trabalharam com James Murphy dos recém-sepultado (mas prestes a renascer das cinzas, segundo correm os rumores) LCD Soundsystem, pelo que é possível notar-se algumas influências do denominado inditronica ou alternative dance, ou o que lhe queiram chamar. Win Butler, vocalista e um dos letristas principais, conta que a influência para este álbum partiu muito do filme de Marcel Camus, "Orfeu Negro", datado de 1959, e de um ensaio denominado "The Present Age" da autoria do filósofo dinamarquês, Soren Kierkegaard.
"Reflektor" é, sem dúvida, uma reflexão para um novo mundo dos Arcade Fire, uma implosão de sonoridades, variando entre as batidas dancáveis e um ritmo transparente e calmo. As letras que retratam toda a dinâmica dos relacionamentos e do que é o amor nos dias que correm "Trapped in a prism, in a prism of light, alone in the darkness, darkness of light, we fell in love, alone on a stage, in the reflective age", recorrendo a letras simples e metáforas com as quais nos podemos identificar. E "Afterlife" é, igualmente, um exemplo máximo disso, de uma letra e sonoridade simplista mas facilmente identificável, e a minha preferida de todo o álbum. É como que um deambulo para o que há depois do fim, "Afterlife, I think I saw what happens next, it was just a glimpse of you, like looking through a window, or a shallow sea, could you see me?".
Em "Awful Sound (Oh Eurydice)" e "It's Never Over (Oh Orpheus)", as personagens do filme de Marcel Camus ganham vida nesta interpretação musical dos Arcade Fire, na busca pelo amor, numa espécie de Romeu e Julieta dos tempos modernos. Em "Porno", ao contrário do que o nome nos sugere, nada mais é do que a continuação dessa procura pelo amor, mesmo depois da ruptura, numa espécie de resposta ao "Afterlife": "You say love is real, like a disease, come on tell me please, I'm not over it".
As restantes faixas do álbum são igualmente soberbas, como, por exemplo "We Exist" e "Normal Person", que retratam os problemas da alienação e exclusão, em "Joan Of Arc" vemos uma declaração de amor fiel, e, com "Here Comes The Night Time", "Here Comes The Night Time II", "You Already Know" e "Supersymmetry", vemos uma crítica à sociedade de hoje, caído entre o entusiasmo momentâneo e a indolência sem paixão, nas palavras de Sorren Kierkegaard. "Flashbulb Eyes", por sua vez, recai sobre a imprensa generalista.
O álbum "Reflektor" leva-nos a viajar numa outra dimensão musical onírica, uma projecção para um outro espaço que só os Arcade Fire conhecem. Talvez agora possamos recorrer a palavras como "arcadianas" para descrever momentos únicos como estes.



A única recordação que guardo da passagem dos Arcade Fire pelo Meco. Mesmo não sendo fã, consegui o horário deles por intermédio de um dos seguranças que me confundiu com uma fã histérica, em vez de uma bêbada que tem por gosto falar alto.



Sunday, September 29, 2013

Radiohead "You and Who's Army"

Podia muito bem dedicar um longo e infindável post a comentar o novo trabalho musical do Tom Yorke, ou a comentar outros temas bastante mais conhecidos ao público em geral dos grandes Radiohead. 
Tropeçando por acaso nesta relíquia, decidi que também ela mereceria um post, talvez mais do que todos os outros. Não é, de longe, das melhores músicas deste grupo britânico, mas também não logra ser.
Mas é por isso que merece um lugar destacado, pela mesma singularidade de não ser nada de especial, de ser nada por aí além, quando comparados com os restantes singles e tracks da banda.
"You and Who's Army" pertence ao quinto álbum de estúdio da banda, lançada em 2001, denominada "Amnesiac". Este álbum, juntamente com o seu predecessor "A Kid", de 2000, marcam um ponto de viragem nos Radiohead, começando estes a experimentar e a conjugar com os outros estilos como jazz, música electrónica e krautrock. Embora o álbum revele contornos e similitudes na sonoridade com o "A Kid" (talvez por a maior parte das músicas terem sido gravadas nas mesmas sessões), a verdade é que este é relativamente inferior ao outro. Por muito pareceria um b-side (muitos lhe chamam de "Kid B", num trocadilho interessante), mas ao qual grupo fez questão de sublinhar de que tal não se tratava, sendo o "Amnesiac" um álbum por si só.
Uma inspiração nervosa dá início a este tema, seguido com a voz suave de Tom e uma simples guitarra eléctrica a comandar o ritmo, ao qual se vão inserindo depois outros elementos, que vão preenchendo o panorama que se desenrola. O ponto alto é esse mesma combustão de instrumentos que terminam de novo na pacífica e sempre eterna voz do Tom. 
A letra, difusa e abstracta numa primeira impressão (como quase todas as letras compostas pelo grupo) nada mais é do que a expressão de desapontamento e raiva perante a situação política britânica da altura, nomeadamente para com o então Primeiro-Ministro Tony Blair.
Este é um daqueles temas com os quais dá gosto sempre encontrar. Enche-nos o peito de coragem e faz-nos pensar da próxima vez que virmos um boletim de voto. Canções de teor ou inspiração política como esta são difíceis de encontrar. Quanto mais de compor. A naturalidade e suavidade demarcam esta canção de todas as outras, dando-lhe um lugar na minha lista. Quase que imagino esta canção a ser entoada por um coro de vozes nos comícios e manifestações frente à Assembleia da República, em vez do tradicional "Grândola". Quase. 
E, terminando com uma nota curiosíssima, as caixas de ovos dão excelentes mufflers. Que o diga este grupo. Pensem nisso da próxima vez que forem às compras no supermercado. 


You and who's army?
You and your cronies
Come on, come on

Wednesday, July 10, 2013

Broken Social Scene


Este tema é como uma brisa fresca nestes dias intensos de calor. Deixem de lado a ventoinha, desliguem o ar condicionado. E, se escutarem bem, quase que cheira a mar.

Wednesday, May 15, 2013

Jeff Buckley


Para todos vós que choram até adormecer, oiçam isto. É como que anestesiante. E não digo isto com más intenções. Simplesmente quero que continuem com a vossa integridade intacta. Esqueçam-na/o. Boa noite!

Sunday, May 12, 2013

The Smiths

Se um dia me pedirem para escrever uma crítica musical de tema livre, talvez este seja o melhor que consiga arranjar. Não que me tenham pedido para o fazer. Mas nunca é demais tentar.

«Quanto ao texto, esta só poderia versar sobre os The Smiths. Não há opção possível, para mim, não mencionar logo estes l'es enfant terribles de Manchester, que abalaram a cena musical alternativa inglesa dos anos 80. 
Dando uma breve passagem pelo Best Of dos The Smith, que reúne precisamente os êxitos desde o álbum de lançamento "The Smiths" (1984), passando por "The Queen Is Dead" (1985), até "Strangeways, Here We Come" (1987), é de notar naquilo que é a bipolaridade musical que lhes converge, com a qual nos podemos identificar em qualquer momento da nossa vida, seja com "I Started Something I Couldn't Finish" ou "Let Me Get What i Want This Time". Eles conformam em si o que é a Inglaterra e a sua juventude, tecendo declarações de guerra tanto ao estilo gentleman com "Still Ill", ou reclamando uma limpeza espiritual com "There Is A Light That Never Goes Out". 
Portanto, em jeito de conclusão, os The Smith são, sem dúvida, os melhores músicos para te curar de uma depressão. Se bem que podem, igualmente, meter-te numa.»